Sentimentos são afectos que transportamos por pessoas que conhecemos. Criam-se com os momentos de convivência com as pessoas e podem durar uma vida. Estes sentimentos podem ser bons ou maus de acordo com a relação estabelecida com as pessoas e os afectos construidos.
Quando falamos de sexualidade podemos falar de sentimento, ausência do mesmo ou sentimentos deturpados.
Deste modo, podemos estar numa relação porque amamos a pessoa incondicionalmente. Este amor pode ser racionalizado e mediado na relação, quando as pessoas respeitam o espaço e os momentos do parceiro. Por outro lado, pode tornar-se obssessão quando o amor é sufocante, dependente, acabando por destruir a relação. Contudo, há quem esteja nas relações, não por sentimentos maiores mas por necessidade. Pessoas que não conseguem viver sozinhas. Trocam muitas vezes de parceiro, vivem uma grande instabilidade, provavelmente não conhecem o verdadeiro sentido da palavra amor. Pessoas que amam ao primeiro olhar e perdem o encanto quando conhecem a pessoa. Pessoas que se apaixonam ferozmente quando vislumbram mais um parceiro bonito. Podemos encontrar ainda, as pessoas que, de senso comum, não nutrem sentimentos pelos outros, que são pessoas frias e distantes, que não conseguem amar. Estas pessoas que possivelmente encontram no seu passado as razões para esta latência de sentimentos sofrem muitas vezes mais que os outros, porque não é fácil contrariar uma característica que os acompanha desde cedo.
Os sentimentos são difíceis de controlar, são geridos pelo nosso inconsciente e passam-nos a perna se não houver um minimo de racionalidade no que sentimos. Ou seja, numa relação não basta sentir amor, muitas vezes mal interpretado; uma paixão. Amor constrói-se com o tempo, e existe quando se sente que se gosta dos defeitos; as pequenas birras da manhã, o mau feitio, os vícios e manias, que aparentemente nós detestamos, mas naquela pessoa gostamos. E quando percebemos que não conseguimos viver sem aqueles momentos que marcam a existência daquela pessoa, é que sentimos que nada faz sentido sem ela, e isto é um sentimento que tem raízes sólidas e aparentemente bem construídas.
Se individualmente toda esta panóplia de emoções e sentimentos são confusos e nos levam a erros normais do desenvolvimento, numa relação a dois, duplicam-se os momentos de dúvida, de angústia, de dor, de tristeza, de alegria, de amor, de paixão, de amor e paixão. Muitas vezes um dos parceiros ama e o outro apenas está apaixonado, o que precipita o fim da relação. Nessa separação o que ama sofre mais, e normalmente é o apaixonado que termina a relação. Contudo não se pode fazer desta ideia generalizada a regra, porque faz-se mais por amor do que por uma paixão, e deste modo, muitas pessoas que amam terminam relações por esse motivo.
"A paixão é uma coisa maravilhosa, que leva uma mulher e um homem a unirem as suas vidas no objectivo comum de fundarem uma família e educarem os filhos. É, porém, necessário que a paixão, para ter sentido, se torne fecunda. Ela não deve nunca ser considerada um fim em si mesma, porque, pela sua própria natureza, não pode ser senão um ponto de passagem."
(Paulo Geraldo)
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