A adolescência é um período complexo e difícil, intensamente vivido, dado que é marcado por modificações rápidas a diversos níveis e por desafios e problemas cuja resolução marcará profundamente a vida futura. Não sendo já criança e não sendo ainda adulto, o adolescente vive uma excitante e arriscada fase de transição. Esta é uma época caracterizada por múltiplas transformações: biológicas, cognitivas, sociais e afectivas. A adolescência é a alvorada de uma nova era, uma espécie de segundo nascimento, uma viagem à procura de si próprio, da sua identidade pessoal, para ser responsável pela sua própria vida.
Dentro das transições normais da adolescência, contamos com as primeiras relações intímas com uma pessoa, normalmente, do sexo oposto; as primeiras experiências com substâncias ilícitas, embora, felizmente, não para todos os jovens; a entrada no mundo do trabalho; a ida para a Faculdade. Dentro desta "normalidade" o jovem encontra inúmeros obstáculos, dificuldades e desafios que muitas vezes os entristecem, na melancolia repentina de um jovem, que nem sempre sabe se escolheu o que realmente gosta ou quer ser. As dúvidas pairam no ar em cada movimento, em cada escolha.
Se a este turbilhão de emoções pela busca da sua identidade, o jovem encontra uma transição inesperada, como uma gravidez, a sensação de perda, de sofrimento, de futuro vazio, aumentam.
O jovem sente-se sozinho no meio do labirinto cheio de monstros, sem uma saída ou uma luz que lhe indique as opções a seguir. O desespero aumenta diariamente quando pensa no melhor discurso para dizer aos pais, ou numa forma de pedir ao (à) companheiro (a) para abortar. Além de todas as decisões relativamente a si próprio, agora terá de pensar num "nós" inimaginável a um jovem que deseja um futuro recente individual. O adolescente é egocêntrico, tal como as crianças, e por isso nesta fase terá muitas dificuldades em pensar noutra coisa se não, no melhor para ele próprio. É muitas vezes a rapariga que assume socialmente o erro, se é que se pode chamar de erro a algo tão natural como gerar um filho. A rapariga treinada e educada para servir mais aos outros, decide muitas vezes, juntamente com os pais, levar a gravidez a bom porto, e normalmente, fica sozinha porque, o pai adolescente raramente assume uma criança que lhe pode destruir o futuro.
Pela quantidade de vivências que os jovens têm pela frente, pelo egocêntrismo que apresentam, pelo futuro tão almejado, pede-se aos jovens que vivam tudo intensamente, mas que se protejam deste desconforto, desta ansiedade, destes medos...usem um dos métodos contraceptivos de que já falamos anteriormente, e sejam felizes.
Uma gravidez deve ser desejada por ambos, porque um filho, ainda, precisa de duas pessoas para ser concebido; e também deve ter duas pessoas que o ajudem a crescer.